Basta

Sempre fui a boa samaritana, cheia de ações filantrópicas, orgulho da mamãe, a idiota boazinha que tinha a solução pra tudo. Criada dentro dos princípos da moral e dos bons costumes, família tradicional mineira que come angu aos domingos,  nunca ousei dizer algo na hora incerta, magoar algum coração partido ou desafiar alguem que tinha uma opinião rigidamente errada não condizente com a realidade ou até mesmo dizer um não mais sisudo a alguém. Pergunto-me às vezes se isso é bom...Infelizmente a minha resposta, SEMPRE é um belo e cheio de tils e as NÃÃÃO, NÃO É BOM.

É legal ser conhecida como a que sempre ajuda, 
a que dá conselhos, a que ajuda a todos...Mas dá um trabalho!!

Imagine ficar noites sem dormir pra fazer um trabalho pra alguém; engolir sapos para os amigos; mentir pra agradar alguém; fingir gostar daquele cara insuportável só pra nao magoar o coraçãozinho dele; atender ao telefone no cinema e descobrir que seu irmao estã com febre em casa e largar o filme no meio; deixar de fazer um programinha bacana porque seu namorado encrespou de ver futebol; atender telefone de amigo corno meia noite e ficar 2 horas dando conselhos; sair pra um programa chato só porque sua amiga quer e outras milhões de coisas que eu poderia evitar de lembrar agora podendo simplesmente ter dado um não.

Não precisa ser aquele não mal educado, rude...Poderia ser aquele não simpático, com ar de "eu tenho minha própria vida e ela nao vai mudar por eu negar um pedido seu".

Cansei e é uma das coisas que trabalharei em mim este ano. Talvez eu perca alguns amigos,talvez eu perca algumas pessoas que eu julgo serem queridas, talvez alguns me antipatizem...mas antes eles do que eu perder a mim mesma.

Me prejudiquei muito com amigos, família, namorados, colegas de trabalho e outros agindo dessa forma. Sempre me anulei pra satisfazer os caprichos e necessidades alheios e acabei sozinha, precisando dos outros e nao obtendo ajuda. É muito difícil mudar alguma coisa na minha personalidade e isso já é uma coisa há muito tentada...mas agora, digamos que estou mais convicta do que irei fazer e os riscos que irei assumir.

Terminei ontem a segunda leitura de O Zahir e me chamou a atenção a parte que ele diz que o amor de verdade não necessita de sacrifício alheio para sobreviver. O amor não é sacrifício..Tenho certeza que as pessoas que me amam e me querem bem nao gostariam de saber que me sacrifico por elas.
Quem está nessa barca furada, JOIN ME..Fundamos um grupo de incentivo mútuo, onde a pergunta principal será: Quantos nãos você conseguiu dizer hoje?? 



*Bonitinho o meu  Buddy malvadinho, não??

6 comentaram:

CooKie disse...

nao vale a pena se fazer de boba por o que? nada!

Anônimo disse...

Por isso eu sempre prefiro ser o malvado da histórias, bonzinho só se ferra e com certeza não vale a pena

Silvia Cristina disse...

oi, cheguei aqui através de um comentário seu no blog da Luciana, e seu post me chamou muito atenção... me identifiquei um pouco (só um pouquinho)...

Um conselho: mude sim, diga mais não. Quem realmente te amar, amará também suas mudanças, do contrário deixe ir, mas não se perca, não perca sua identidade, por ninguém...


beijos

Naty Araújo disse...

Realmente concordo com você.
Quanto mais boazinha nós somos, mais as pessoas abusam, abusam e abusam.
É preciso dizer mais "nãos". Na realidade é preciso saber a dosagem certa. Não dizer muitos "nãos" e nem poucos.
Essa é, acredito, a parte mais complicada da história.

Estou com você...
Mudar é preciso e se você evitar falar alguns "sins", quem te ama, entenderá seus motivos certos.

Beijos... Gostei daqui e estou seguindo.

Jou Jou Balangandã disse...

Eu sempre estive no time das más ... abro concessões a alguns amigos, mas no mais .... sou má mesmo! E no mais, coloquei la no Joujou um texto do Chaplin, onde ele diz que se colocar em primeiro lugar não é egoismo.

Boa semana!

Anônimo disse...

Ser bonzinho e autruísta é falso, cansa, dá trabalho, não é qualidade, é só o outro lado de ser malvado e egoista. Quer escapar desta armadilha, seja justa, só vão sobrar os verdadeiros amigos, aquela meia dúzia no máximo que contribue pra fazer nossa vida valer a pena. No começo é difícil, mas logo que você se acostuma sente um peso indo embora. E tem mais, os autruístas servem muito bem para alimentar os egoístas e mantê-los em operação. O justo até divide seu biscoito recheado, mas não dá o pacote e fica passando fome. Sugiro pra vc: "A liberdade Possível", de Flávio Gikovate, Mg editores. Aborda bem este assunto. Tem um vídeo dele do café filosófico pra ver online também. Abraço t+ (visite meu blog, gostei do seu)

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